“Em Espanha Chamam-Me De “a Negra”, Na Guiné Equatorial “a Españolita””

"Em Espanha Chamam-Me De "a Negra", Na Guiné Equatorial "a Españolita"" 1

“Em Espanha Chamam-Me De “a Negra”, Na Guiné Equatorial “a Españolita””

Nos refugiamos do gelado de Madrid, apesar do calor multicultural de Quatro Caminhos, em uma ruidosa café: Nebraska. Trifonia Melibea Obono (Afaetom, Evineyong, Guiné Equatorial, 1982) é um jornalista e politóloga. Foi incluída em “Vozes femininas de Guiné Equatorial. Uma antologia (Remei Sipi), e é autora dos livros “Herança bindendee” (Edições Em Crescimento) e “bastarda” (Flores Raras), ambas publicadas este ano. A cavalo entre tua cidade natal, Guiné, Salamanca e Madrid, é uma das vozes mais detalhistas e corajosos da literatura que escrevem os autores nascidos pela antiga colônia espanhola pela África negra. Sua primeira novela em português foi lançado em uma pequena editora pela Áustria.

É uma prova de que a anomalia da literatura da guiné equatorial e do estatuto do escritor, nesse caso, escritora, em português de Guiné? A literatura que se escreve povos da Guiné podes apresentar-se em qualquer quota do universo, onde há um interesse pela língua espanhola lá escrever, já que o escritor guineense não tem um respaldo institucional.

Não contamos com um apoio oficial, com cada tipo de incentivo ou socorro. A grau de Estado não existe o menor suporte institucional. Há alguns anos tínhamos suporte em tudo o que tinha que observar a Cooperação Espanhola. Havia uma atribuição que permitia digitar livros de autores da Guiné Equatorial, em Malabo. Mas desde que Portugal entrou em queda, começou a fazer recortes e tudo mais, ficamos com o rabo pro ar.

Em Viena, se celebra a cada ano a Semana da Literatura Guineoecuatoriana e então lá foi publicado o meu primeiro romance ( Herança de bindendee). Não há respaldo institucional, no entanto também não há editoras privadas pela Guiné? Não, que eu saiba, não.

a Menos que alguma pessoa independente decida financiarte uma publicação, não. Não há editoriais, como em Portugal ou na Argentina. Quando começava a escrever ia à pesquisa de intermediários, por países de fala hispânica, editoriais, e encontrava-se que na América Latina, havia muitas editoras, e em Portugal bem como, com uma cota do financiamento latino-americana.

Mas nada a respeito da Guiné. Quando começou a publicar? Há bastante tempo atrás. A charada é quando começaram a sair os meus livros: recentemente. Mas eu comecei a publicar quando tinha veintipico de anos. Agora eu tenho treintaypico, sou velha neste instante. Mas desde pequena eu construia meus filmes. Minha mãe me dizia que estava a todo o momento fazendo perguntas, que construía histórias inventadas. Não tinha recursos pra escrever, porém na minha mente imediatamente existiam personagens, e de algum modo escrevia em minha mente, e estas histórias podiam durar ali por longo tempo. Ela as ouvia e ria.

o E uma destas histórias que se inventaba tem acabamento em um livro, ou não? Alguns protagonistas, de forma especial visto que algumas vezes fazia dúvidas sobre isso temas relacionados com as mulheres. Como por exemplo, estávamos fazendo uma refeição em residência. Ela me dizia: “isto não comas tu, é para teu irmão”.

  • 08 janeiro 2019 | 19:46
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E eu dizia, ” você “Porque a mulher não o come, já que a mulher não lhe convém, respondia-me”. Era uma coluna de perguntas, e as respostas de minha mãe nunca eram razoáveis, e a todo o momento ficava com a incerteza. Então, no momento em que eu saí do recinto bantu, porque a etnia fang a educação é delegada da mulher, comecei a procurar respostas. Porque o mundo bantu o poder de gerar o que se transmite pela socialização e na educação é patrimônio homem, no entanto quem tem o poder delegado de educar é a mulher. Há uma relação muito estreita entre o pai e a descendência, que é de hierarquia, de autoridade, não de confiança.

Com a mãe sim, porém várias mulheres não sabiam realmente o que transmitiam. O passado de maneira natural, contudo não sabiam o que faziam. Desta forma que eu falo deste local bantu, e após o ambiente religioso, pelo motivo de na Guiné, o catolicismo está muito arraigado, e encontro-me com o mesmo.

Na catequese, no momento em que se diz que tudo vem de nosso pai. Há uma série de questões que não me responde ninguém. Eu cresci com essa curiosidade por que ninguém me explica nada? Eu comecei a escrever pra tentar responder as perguntas que eu fazia na infância.